SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO
DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS - FALE
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS –HABILITAÇÃO EM LÍNGUA
PORTUGUESA- MODALIDADE A DISTÂNCIA
DE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
VARIAÇÕES
LINGUÍSTICAS DO BAIRRO SÃO PAULO EM DOM ELISEU-PA.
Dom Eliseu
2013
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO
DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS - FALE
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS –HABILITAÇÃO EM LÍNGUA
PORTUGUESA- MODALIDADE A DISTÂNCIA
DE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
REGIANE
MARIA GOMES DE SOUSA
RONALDO
DA CONCEIÇÃO SOUSA
Introdução
Nosso país tem proporções continentais, e devido a isso, temos em cada
região povos diferentes em características físicas, culturais e linguísticas.
Normalmente já temos variações da forma de escrever e falar, devido ao convívio
social e costumes regionais que ainda podem ser dividido nos níveis padrão
formal e o informal.
É semelhante a linguagem correta da escrita formal, obedecendo a regras
gramaticais de modo geral. Poucos se utilizam dessa forma todo o tempo, até
porque cada ocasião também pode influenciar na forma de linguagem para a comunicação,
representa o estilo
mais utilizado, porém pode contar bastantes erros de regras gramaticais e usar gírias
e sotaques regionais.
Em se tratando de Dom Eliseu as variações
linguísticas podem ser influenciadas por diversos fatores,
entre eles, é perceptível a miscigenação regional e cultural, O município foi
formado na década de 70 por pessoas advindas de outros estados e até outros
países, influenciado pelo avanço da indústria madeireira e a ascensão comercial
local. Pessoas que possuem um nível monetário menor, geralmente tem também um
nível educacional fraco, e por isso, tendem a pronunciar palavras de forma
errada, ou até mesmo utilizar palavras sem coerência e sem o entendimento
correto de seu significado, além de utilizar-se de gírias e palavras com
significados específicos de sua realidade social. A idade de uma pessoa e até
um dado bairro em Dom Eliseu também tem influência nessa variação linguística.
Este trabalho apresenta um
estudo semântico – lexical da fala dos moradores da Vila São Paulo, bairro de
Dom Eliseu – PA, com o objetivo de descrever, identificar, mapear e analisar a
realidade linguística de uma comunidade, de acordo, com enfoque prioritário na
identificação das diferenças semântico-lexicais, considerada na perspectiva
geolinguística, que tem marcado as preocupações dos estudiosos da dialetologia,
da sociologia e de outras áreas afins. Nesse contexto esta Monografia quer
constituir o resultado de uma pesquisa de base-semântico-lexical, que terá como
foco principal a observação da língua falada pelos moradores da Vila São Paulo,
bairro que constitui o município de Dom Eliseu, no estado do Pará.
Palavras-chave
Linguagem, variação,
influência, cultura, miscigenação, sotaques, gírias.
Objetivos gerais
O projeto Variações Linguísticas da Vila São Paulo, Dom
Eliseu,
tem por objetivo compreender as diversidades linguísticas existentes no bairro
citado, como também, valorizar essa riqueza cultural. Dessa forma,
socializamo-o com aqueles que têm curiosidades em compreender as variedades de
falares de uma macro e/ou microrregião, formada por uma grande miscigenação
cultural, como é o caso deste bairro e de toda a Dom Eliseu.
Objetivos
Específicos
Este
projeto visa conhecer como moradores deste bairro se comportam em situações
comunicativas com outros moradores de bairros distintos da mesma cidade, como
também saber até que ponto o diálogo entre ambos permanece estabelecido, ou
seja, como essa mescla portuguesa, recheada de regionalismo, uma vez que a
localidade é composta de pessoas de variadas regiões do paraense e até de
outros estados, muitas vezes com sotaques estrangeiros, pode influenciar em
todas as situações comunicantes.
Justificativa
Saussure introduziu a
linguística como ciência. Chomsky, a partir da Gramática
Gerativo-transformacional, incentivou a criatividade, podendo o falante criar
um número infinito de frases nunca antes pronunciadas. Já Bakhtin aborda o princípio da
variabilidade linguística enfatizando a ideia de que as palavras não dizem
sempre a mesma coisa.
O tema deste projeto é de
suma importância não só para moradores do bairro Vila São Paulo, como também
para toda comunidade Domeliseuense. As variações linguísticas podem ser
apreendidas por meio de sua história no tempo e no espaço. Assim, além do
português padrão, em Dom Eliseu, há outras multiplicidades de usos da língua
cujos traços mais comuns podem ser engrandecidos no dialeto dos moradores do
bairro citado, exatamente pelo fato de que se trata de um bairro formado a
partir de invasão.
O professor Orlando Cassique
Sobrinho Alves, do Departamento de Língua e Literatura Vernácula da UFPA
(Universidade Federal do Pará). Lembra
que ainda há dois outros dialetos específicos no Pará. “O da zona bragantina,
que era uma antiga estrada de ferro que ligava o estado do Pará com a cidade de
Bragança, próxima do Nordeste”. Esse dialeto da zona bragantina é também um
dialeto tradicional do Pará, historicamente representativo e é falado por
pessoas que ajudaram a construir o estado.
Sabe-se que a variação linguística, vem sendo muito debatida principalmente nos meios sociais, os usuários dessa variação sofre um grande preconceito linguístico. Esse preconceito leva à discriminação causando problemas de interação entre os interlocutores.
Em "Preconceito Linguístico", Marcos
Bagno afirma que, no que
diz respeito ao ensino do português no Brasil, o grande problema é que esse
ensino é até hoje voltado para a norma linguística de Portugal.
Portanto, este projeto de
variação linguística visa levar os moradores da Vila São Paulo, a perceberem o
uso da língua padrão e as particularidades na sua forma oral e escrita.
Em uma
visita a Belém, o professor de língua portuguesa, Pasquale Cipro Neto, afirmou
que o dialeto de Belém é semelhante ao de Lisboa. Essa maneira de falar existe
no Pará desde meados da década de 70, quando houve uma maciça migração de
nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas para a região, eles vieram atraídos
com a descoberta da maior reserva de minério do planeta e pela oferta em
abundância de terras baratas.
Não só em Belém, mas em
várias localidades que, mas tarde se emanciparam como no caso de Dom Eliseu,
essa mistura cultural é percebida até nos dias de hoje.
Metodologia
Por meio de elementos
teóricos de geografia linguística, delimitaremos a área da Vila São Paulo para
a aplicação de um questionário, em um ponto linguístico, de base semântico-lexical
na perspectiva de traçar o perfil de uma dada língua, buscando valores capazes
de correlacionar os fatos linguísticos e fatores socialmente definidos.
Este trabalho apresenta um
estudo semântico – lexical da fala dos moradores da Vila São Paulo – Dom Eliseu
– PA, com o objetivo de descrever, identificar, mapear e analisar a realidade
linguística daquela comunidade, de acordo com um recorte geográfico, com
enfoque prioritário na identificação das diferenças semântico-lexicais,
considerada na perspectiva geolingüística, que tem marcado as preocupações dos
estudiosos da dialetologia, da sociologia e de outras áreas afins. Nesse
contexto esta Monografia quer constituir o resultado de uma pesquisa de
base-semântico-lexical, que terá como foco principal a observação da língua
falada pelos moradores da Vila São Paulo, bairro do município de Dom Eliseu, no
estado do Pará.
Este tipo de estudo é
necessário por fundamentar e embasar um trabalho mais amplo de descrição do
português falado no Brasil, considerando-se as tendências linguísticas atuais,
que têm, na língua em uso, seu objetivo de análise. Esta descrição se
constitui, portanto, em substancial contribuição para o entendimento da língua
e de suas variantes, eliminando visões destorcidas que privilegiam o variante
padrão. Sem desconhecer a importância de outros ramos dos estudos linguísticos
e sem querer minimizar o papel de cada um deles, neste momento da história, é
urgente que se enfrente a descrição da realidade linguística brasileira no seu
plano geográfico.
Bibliografia
BAGNO,
Marcos. Preconceito
linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2001. ISBN
8515018896
ALVES, Orlando
Cassique Sobrinho, do Departamento de Língua e Literatura
Vernácula da UFPA (Universidade Federal do Pará).
CHOMSKY, Noam.
Aspectos da Teoria da Sintaxe. Cambridge: The
MIT Press,
1965.
1965.
SAUSSURE, Ferdinand.
Curso de Lingüística Geral. 24 ed .. São Paulo: Cultrix,
1916.
1916.
BAKHTIN, Mikhail.
2003. Estética da Criação Verbal (trad.
Paulo Bezerra). 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes.
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