ACADEMICO RONALDO DA CONCEIÇÃO
SOUSA
POLO DOM ELISEU
Avaliação de
Narrativa Portuguesa e Brasileira II.
A TERCEIRA MARGEM DO RIO
Este conto de João Guimarães Rosa é um dos mais famosos. Retrata a
história de um chefe de família que mora às margens de um rio. A personagem,
chamada no conto de Nosso pai, manda construir uma pequena canoa que comporte
apenas uma única pessoa, depois de pronta a pequena embarcação ele despede-se
de sua família, entra na canoa e põe-se no rio. O conto, como diz seu título,
demonstra uma realidade metafísica. É uma viagem em que a personagem Nosso pai
sai em direção ao desconhecido, uma vez que somente o construtor da embarcação
sabia qual a finalidade da canoa e, este já havia morrido tal como é mostrado
no conto.
O conto possui um aspecto interessante, é que o narrado personagem,
ainda criança, deseja embarcar com o pai. Quando adulto, ele é a única pessoa
que abandona o homem da canoa, passa anos a fio à espera que o Nosso pai saia
da canoa e venha para terra firme, propondo até uma troca de lugar, no entanto,
o narrador fica com medo da imagem do pai, que parecia vir do outro mundo.
Foge. Por isso, torna-se a única personagem fracassada, pois não foi capaz de
transcender, de realizar seu salto.
SORÔCO, SUA MÃE, SUA
FILHA.
Neste conto há duas
características de Guimarães Rosa. A primeira delas é o uso de uma ortografia
subjetiva, chegando a sair da gramática padrão. A segunda característica
marcante neste conto e em muitos outros de Guimarães é que a maioria das
personagens carrega significados ocultos em seus nomes.
A história de Sorôco
assemelha-se com a de Jó numa passagem bíblica. O conto começa com o
protagonista levando duas mulheres a uma estação de trem, essas mulheres são
sua mãe e sua filha que estão sendo embarcadas rumo a um hospício. O
padecimento a que foi submetido ao cuidar das duas, no entanto, redimiu-o.
No conto a loucura pode ser entendida como algo divino, uma facilidade de
contato com verdades superiores, nos dois contos há a ideia de que a
solidariedade e a união ajudam a vencer momentos de dificuldades na vida.
AMOR
No conto Amor, em linhas
gerais, Clarice narra o dia a dia de uma dona de casa que, numa viagem de volta
coma s compras da casa, vê uma cego mastigando chiclete e fica impressionada ao
ponto de passar de sua parada. Ana, a personagem do conto Amor passa a comparar
suas atividades domesticas com a ação do cego com o chiclete, onde ele não
precisa vê o que está fazendo e ela realiza suas ações mecanicamente.
O conto Amor é escrito em
terceira pessoa. A autora e a personagem neste, em grande parte dos contos de
Clarice, se fundem num momento de êxtase. Ana é a mulher mãe e tem a responsabilidade
organizacional, o mundo desordenado a impressiona. Para Ana a estranheza se dá
pelo fato de que nunca tinha notado a verdadeira essência deste mundo.
ANÁLISE DO CONTO FELIZ ANIVERSÁRIO.
Em Feliz Aniversário, de Clarice Lispector o
narrador apresenta olhar diferenciado para cada personagem, o narrador possui
características que não o define com clareza. As personagens dos textos de
Lispector, em sua maioria feminina, são marcadas pela reflexão interior, por
suas relações conflituosas consigo mesmas e com o mundo que as rodeia. As
mulheres, nas obras da escritora, se descobrem, de repente, num mundo
conflituoso e, quase sempre, isso se dá pela ruptura, pelo choque, pelo
inesperado, pelo susto da vida que pulsa no subconsciente, com características diferenciadas
do mundo conhecido. Ao apresentar este universo “feminino”, Lispector mostra o
quão importante é a linguagem para construção e identificação do sujeito.
ASPECTOS
DA SOCIEDADE CONTEXTUAL POR MEIO DA LINGUAGEM.
A linguagem de Luandino, nos contos Vavó Xíxi e
seu neto Zeca Santos, sofrem
influencia das línguas prefixais, tonais e aglutinantes, com a falta de alguns
tempos e modos, há consequência de trocas e analogias com trocas também de
pronomes. A sintaxe normativa da língua de Portugal, sofre as interferências de
uma outra maneira de falar, tornando as vezes, cômica ou imprevista.
A adoção
gramatical no uso da língua portuguesa está em conformidade com a construção de
uma estilística que apresenta semelhanças com a oralidade africana e o modo de
narrar simula a espontaneidade popular.
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