terça-feira, 27 de julho de 2010

Opinião

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO NA ACADEMIA

Todos, escritores, ou não, são unânimes em apontar as dificuldades da tarefa de escrever. Muitos a consideram um aprendizado demorado, dispendioso e pouco eficiente, já que são poucos os que chegam a redigir textos de forma adequada. Outros afirmam que escrever é lutar inutilmente contra as palavras, pois parecem nunca atingir plenamente os objetivos pretendidos. Além do mais, no nosso cotidiano, a língua falada parece ocupar um espaço de maior prestígio – jornais falados, mensagens gravadas em fitas, telefonemas, etc. substituem tradicionais meios de comunicação que utilizam a língua escrita. Diante desse cenário, cabe a pergunta – Ainda vale a pena aprender a escrever? A escola parece acreditar que sim, já que ainda prioriza a escrita... Mas de onde vem essa importância? Por que, apesar das dificuldades, alguns ainda acham que devem continuar a defender o seu ensino?”

O texto, transcrito acima, faz parte da introdução do capítulo ‘’Para que aprender a escrever?’’, o qual parece apropriado para o início de uma reflexão acerca desse assunto.

‘’Escrever é falar no papel.’’ Esta é uma frase, retirada do livro de Donald Weiss, “Como Escrever com Facilidade”; no qual o autor assegura que o medo acaba inibindo pessoas alfabetizadas de escrever. Já que escrever é falar no papel, o primeiro passo, segundo ele, para perder este medo é escrever como se estivéssemos falando. Escrever sem medo e sem preguiça, fazer vários rascunhos, ler em voz alta o texto escrito para descobrir as falhas (sub-vocalização) são técnicas indispensáveis; e o restante advém da coragem de não ter medo de errar e de ser criticado por alguém que nunca escreveu nada, mas que está sempre pronto a destruir a criatividade do outro.

Na escola, uma grande dificuldade enfrentada pelos alunos com relação ao escrever refere-se à necessidade que eles têm de deixar a linguagem coloquial, “aquela do dia-a-dia”, e passar a se expressar por escrito, numa linguagem mais formal e mais cuidadosa. A fala por ser mais espontânea, menos cerimoniosa e com certeza mais fácil que escrever, e pelo fato de a escrita ter normas próprias (ortografia, acentuação, etc.), a falta de um interlocutor à sua frente exige deles que obedeçam a essas normas.

Para uma reflexão a respeito do texto acadêmico, interessa-nos dois enfoques: o cognitivista e o enunciativo discursivo. O primeiro, por levar em consideração a interação das competências necessárias quando lemos ou escrevemos; o segundo, por valorizar as condições de produção tanto na instância da leitura quanto na da escrita, pois conhecer quais são as condições específicas da esfera de circulação do discurso científico é essencial para quem faz pesquisa. Este texto restringe-se ao primeiro enfoque, mesmo considerando a importância do segundo que oportunamente será objeto de nossa reflexão.

Os acadêmicos sabem da importância que a leitura e a escrita têm na vida profissional que se inicia na faculdade, mas ainda têm barreiras que precisam ser vencidas quando se fala na produção de texto mais elaborados. Um ponto interessante percebido refere-se à dificuldade que os acadêmicos têm de organizar sua vida de estudos, deixando para realizar as tarefas na ultima hora, praticamente às vésperas das provas e das datas de entrega das atividades ,de fato que impede a concentração e a realização da atividade a contento.

Sabe-se que a leitura exerce papel fundamental na formação de todas as pessoas. Com relação aos acadêmicos, a leitura é um instrumento de estudo e pode tornar-se uma poderosa ferramenta de aperfeiçoamento profissional. Entretanto, decorre que a grande maioria dos acadêmicos tem uma barreira quanto à leitura, o que acaba por inviabilizar o aproveitamento total dos textos estudados durante a graduação. Se existe esse distanciamento da leitura, em contrapartida, existe também uma dificuldade imensa na construção de textos.

Considerando-se que a leitura é um dos caminhos que mais favorece o processo de produção textual, desenvolveu-se um trabalho com vistas a aliar ao trabalho de leitura o trabalho com a escrita por meio da elaboração de relatórios e de um artigo ao final dos estudos. Em vista disso, propõem -se um trabalho multidisciplinar de leitura com os acadêmicos, no intuito de promover a interpretação como base para a produção textual. Um bom escritor precisa ler para observar e absorver o que foi lido, precisa ler para se enriquecer culturalmente.Não há um bom escritor que não seja um leitor assíduo e voraz por acumulo de informação, um produtor de textos necessita ler bons livros para escrever bons textos .

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